Sobre a Vacina
A candidata a vacina de vírus atenuado vivo Chikungunya, chamada internacionalmente de VLA1553, está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva Áustria GmbH. O imunizante é, até o momento, o único contra a doença que está na fase 3 dos ensaios clínicos, além de ter sido premiado com a designação de revelação (Breakthrough Designation) pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória norte-americana.
A Valneva e o Instituto Butantan já têm um acordo firmado para o desenvolvimento, fabricação e comercialização da vacina contra a Chikungunya no Brasil.
Por que investir em uma vacina contra a Chikungunya?
O vírus Chikungunya (CHIKV), que causa a doença de mesmo nome, é transmitido aos seres humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika. A circulação do vírus foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2014, sendo que já está presente em mais de 100 países. A doença tem esse nome devido à aparência curvada dos pacientes da primeira epidemia documentada na Tanzânia, entre 1952 e 1953 (chikungunya significa "aqueles que se dobram" em suaíli).
O vírus causa uma infecção febril aguda que pode resultar em artralgia crônica e incapacitante, afetando todos os sexos e faixas etárias. Os principais sintomas da doença são febre alta, dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos, além de dor de cabeça, nos músculos e manchas avermelhadas na pele. As manifestações começam de dois a 12 dias após a picada do mosquito, sendo que cerca de 30% das pessoas não apresentam sintomas. A doença pode ser mortal, especialmente quando o paciente já apresenta outras comorbidades. Além disso, pode deixar sequelas graves nas pessoas que contraírem o vírus.
Fontes: Guia Chikungunya Manejo Clínico do Ministério da Saúde e Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul